Em Manaus, pelo menos 28% dos motoristas por aplicativos abandonaram a atividade este ano. O número equivale à diminuição de cerca de oito mil motoristas de aplicativo.
Os constantes aumentos dos preços dos combustíveis, além da crise geral causada pela pandemia, são os principais motivadores para a desistência dos trabalhadores da categoria. Os dados são da Associação de Motoristas por Aplicativo de Manaus (Ameap-Am).
Os motoristas, Aloizo Leite e Luiz Antônio, dizem que a alta do combustível tem atrapalhado o planejamento financeiro e os rendimentos caíram consideravelmente. Eles pensam em abandonar a profissão. “Assim que eles anunciam, eu já estou mexendo na bomba. É desesperador para quem trabalha com o carro”
A associação contava com 65 mil condutores cadastrados. Atualmente, apenas 38 mil rodam diariamente.
A redução no lucro tem reconduzido os motoristas a atividades anteriores ou buscado alternativas paralelas como sustento.
Motorista de aplicativo há três anos e meio, Denis Duarte, diz que a gasolina representava, no início, de 15% a 20% do seu faturamento mensal. Hoje, o combustível já impacta em mais de 50% do que ele ganha. “Com a baixa demanda de corridas, os ganhos que tínhamos programado diminuíram cerca de 60%”, disse o motorista
A associação ainda lembra que 60% dos motoristas de aplicativo no Amazonas rodam com veículos alugados e o preço do aluguel não baixou. Atualmente a diária custa em média R$ 60.
Reportagem: Guilherme Guedes
Foto: Pixabay