Por Jefferson Ramos
Assim como em 2020, o número de candidatos empresários que disputam a Câmara Municipal de Manaus é superior ao de trabalhadores e de membros das classes D e E, como estudantes, donas de casa e professores.
134 empresários registraram candidaturas na disputa pela Câmara em 2024. Enquanto, o número de candidaturas registradas pela classe de professores, estudantes, barbeiros ou de servidores públicos não alcança de forma individual o patamar de 50. As informações são plataformas Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais da Justiça Eleitoral.
Para especialistas, o dado escancara a desigualdade eleitoral e o poder financeiro que colocam o empresariado em condições mais competitivas na eleição legislativa, cuja essência é a participação plural na execução de políticas públicas.
A professora Marilene Corrêa, da Universidade Federal do Amazonas, avalia que os setores ditos como populares não têm força política, mesmo com o fundo eleitoral. Segundo ela, o empresariado tem interesse na disputa por causa das compras feitas pela Prefeitura.
O advogado e analista político Helso Ribeiro afirma que o registro não faz distinção de pequenos, médios e grandes empresários e coloca na mesma nomenclatura microempreendedor a presidente de megaempresas.
Por causa do impacto de doações de empresas em eleições anteriores, a Justiça Eleitoral instituiu teto de gastos na campanha política. Nesta eleição, os candidatos a vereador só podem gastar R$ 816,2 mil, além de contratar 858 pessoas.
Em 2015, o Supremo Tribunal Federal proibiu doação de empresas para campanha por entender que o recurso causa desequilíbrio
. No ano seguinte, o Congresso Nacional criou o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que tem recursos bilionários anualmente.