A Síndrome de Haff é uma doença que promove a destruição das fibras musculares de seres humanos, liberando substâncias na corrente sanguínea que afetam principalmente os rins, em um processo chamado rabdomiólise, que altera a cor da urina. No Amazonas, foram notificados 135 casos de rabdomiólise, em 15 municípios do estado, de agosto de 2021 a março deste ano.
Os dois últimos casos, ocorreram no mês de janeiro e março de 2022, nos municípios de Itacoatiara e Tabatinga, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
A coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Amazonas, Josielen Amorim, explica que o principal sinal é o escurecimento da urina, que pode chegar a ficar da cor de café.(Ouça)
A rabdomiólise está ligada ao consumo de três espécies de peixes como o tambaqui, o pacu e a pirapitinga, que são justamente alguns dos prediletos dos amazonenses. Quando o peixe não foi guardado e acondicionado de maneira adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e sem sabor.
A doença de Haff se caracteriza por ocorrência de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica, além de falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, podendo causar falência renal. De acordo com o presidente da Fundação de Medicina Tropical, infectologista Antonio Magela, a doença pode levar a morte. (Ouça)
A síndrome de Haff não apresenta um tratamento específico, sendo ele voltado para os danos que a síndrome pode causar. O médico usará técnicas e medicamentos para aliviar, por exemplo, dores e falta de ar bem como auxiliar o funcionamento dos rins quando eles forem comprometidos.