No Amazonas, cerca de 537 adolescentes envolvidos em crimes são apreendidos no primeiro semestre deste ano. Os dados são da Polícia Militar.
As principais causas são o tráfico de drogas, seguida pelo roubo, furto, lesão corporal e vias de fato, que são atos agressivos de provocação praticados contra outro indivíduo.
Por trás dos números, histórias de jovens em conflito com a lei. O jovem de 18 anos, entrevistado, começou cedo com as atividades criminosas. Ele não será identificado.
“Quatro assaltos à mão armada, duas tentativas de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e formação de quadrilha. Para entrar nessa vida é mole, para sair que é difícil. Eu entrei com 11 anos de idade com a perda da minha mãe. Eu não tive mais o auxílio da minha mãe, que era a única família que eu tinha, não tinha pai também” disse o jovem.
O número de apreensões de menores passou de 3 mil nos últimos dois anos só em Manaus.
Em todo o ano passado, foram 901 adolescentes apreendidos pelos policiais, uma queda de 52% em relação aos 1.890 no ano anterior, 2019. Na época, o número foi 16% superior ao registrado em 2018.
Na avaliação da antropóloga, Alba Zaluar, faltam políticas públicas de apoio social voltadas à juventude. Muitos crimes cometidos por menores estão relacionados à condição social e familiar:
“20% desses jovens não estuda, não trabalha e não procura emprego. Portanto, esses são um exercito reserva para os traficantes que podem chamá-los a qualquer momento”, afirmou a antropóloga.
Conforme a Lei, infratores maiores de 18 anos são presos, já os menores de 18 são apreendidos. Eles serão acolhidos por alguma instituição para serem reeducados e voltar à sociedade.