Dia do livro: Falta de incentivo, dificuldades estruturais e altos preços contribuem para marginalização da leitura no Brasil

 

Reportagem: Rennan Gardini

A leitura é um privilégio. Uma forma de adquirir conhecimento, ou apenas se perder em boas histórias. Mas nem todos têm acesso a esse privilégio.

O Dia Mundial do Livro é uma data criada pela UNESCO para disseminação cultural e incentivo da leitura mundialmente. É bonito pensar que existe um dia dedicado a isso, mas a realidade é outra. Sobretudo em um escopo nacional, e não mundial.

Segundo dados do IBGE, no Brasil, 9,6 milhões de pessoas acima dos 15 anos não sabem ler e escrever, sendo 54,1% dessas pessoas, idosos de mais de 60 anos. Esses dados foram coletados no Censo Demográfico de 2022.

Quase 10 milhões de analfabetos no país.

Dificuldades estruturais são o principal fator que marginaliza a literatura no país, é o que diz o sociólogo Marcelo Seráfico. (Ouça)

A crise que o mercado editorial sofre, vinda mesmo de antes da pandemia, culminou no fechamento de diversas filiais de grandes livrarias no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada pela Nielsen Book e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, o preço médio de um livro subiu 12,8% entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024 no Brasil em relação ao ano passado. Chegando a custar mais de 54 reais. (R$ 54,49)

Autor de livros de terror e editor da Darkside Books, César Bravo acredita que a literatura brasileira encontra dificuldades de chegar aos lares das pessoas. (Ouça)

César diz que a expansão da leitura depende de vários fatores. (Ouça)

O Amazonas tem uma base forte de leitores e iniciativas que visam a disseminação de obras amazonenses. Ainda assim, a distância dos grandes polos literários nacionais afeta quem adquiriu o hábito da leitura. É o que diz a auditora contábil e divulgadora literária Monique Braga. (Ouça)

Políticas públicas de incentivo à leitura ficaram escassas durante o governo Bolsonaro, com a extinção do Ministério da Cultura. O Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) foi criado em 2006 para assegurar a democratização no acesso a livros no país. E sua reformulação será discutida pela A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em audiência pública nesta quinta-feira (25).

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