Por Victor Litaiff
A estiagem isolou comunidades, dificultou o transporte e afetou a distribuição de alimentos e água potável.
Filas de caminhões foram registradas na extensão da BR-319 devido a problemas de infraestrutura, agravando ainda mais a série de desafios já enfrentados no Amazonas no setor de transporte.
Entre as lições dessa crise, destaca-se a necessidade de implementação de políticas voltadas para novos modais, assunto que é citado pelo Observatório da BR-319.
Um desses modais é a criação de ferrovias, que poderia aliviar a pressão sobre as rodovias e rios, além de ampliar a malha aeroportuária para facilitar o transporte de mercadorias em tempos de crise.
A coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima Suely Araújo, relata as opções de transportes que podem solucionar o problema, porém, ela destaca a problemática da estrada para o meio ambiente: (Ouça)
O doutor em Engenharia de Transporte, professor da UFAM Augusto Cesar Rocha explica o contraponto do modal rodoviário para a Amazônia. Para ele, a construção de ferrovias na BR-319 deve ser descartada para mitigar os efeitos da seca na região. (Ouça)
Especialistas concordam em um ponto em relação a BR-319, principalmente sobre o trecho do meio. Eles apontam a necessidade de políticas públicas para garantir a proteção ambiental e desenvolvimento regional, como relata Suely Araújo: (Ouça)
O Professor Augusto Cesar Rocha explica que já existe um compromisso constitucional para o desenvolvimento do trecho do meio da estrada. Segundo ele existem tratativas com países vizinhos da Amazônia para desenvolver a Região. (Ouça)
A BR-319, não só conecta Manaus, mas também Boa Vista, em Roraima, ao restante do país. Para o professor Augusto Cesar o Brasil é rodoviário e há, sim, a necessidade de integração para a Região Amazônica. (Ouça)
Os desafios do Amazonas não se restringem apenas a logística. Os últimos fenômenos climáticos mudaram o cenário e a rotina de quem viveu a seca de perto no Amazonas.
Na segunda parte vamos tratar sobre o fenômeno conhecido como as terras caídas e as tragédias que marcaram tanto 2023 quanto 2024 nas piores secas da história do Estado.