O uso excessivo de telas não é uma preocupação apenas para crianças e jovens. Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela que idosos também são impactados negativamente pelo tempo prolongado diante de celulares, computadores e televisores. Entre os principais efeitos estão o aumento da ansiedade, da depressão e do isolamento social.
A nomofobia, que é o medo de ficar longe do celular, é um dos aspectos identificados no estudo da UFMG. Segundo os pesquisadores, após a pandemia de Covid-19, muitos idosos passaram a utilizar mais os dispositivos eletrônicos para lazer e comunicação, mas, em alguns casos, o uso passou a ser prejudicial.
A gerontóloga e neuropsicóloga Francivânia Silva, explica que a exposição excessiva às telas também descontrola o ciclo circadiano, que regula o sono, a concentração, o metabolismo e o funcionamento das células. Além disso, ela complementa que também pode aumentar sentimentos de solidão e insegurança, principalmente se o idoso se comparar com as realidades idealizadas nas redes sociais.
O professor aposentado Ricardo Bessa, de 68 anos, é um exemplo de alguém que passou a usar mais o celular. Ele conta que aumentou o tempo de uso do smartphone durante o período pandêmico, para se comunicar com os irmãos que moram fora de Manaus.
À BandNews Difusora FM, a gerontóloga Francivânia Silva destaca os sinais que os familiares devem observar quando o uso se tornar prejudicial:
A psicóloga explica que há diversas estratégias para reduzir o tempo de tela sem causar frustração no idoso, como incentivar a leitura, a jardinagem, o artesanato e a participação em grupos da terceira idade.
Os dados e apontamentos apresentados pelo estudo e pela especialista reforçam a necessidade de atenção ao tempo de tela entre os idosos, que, assim como outras faixas etárias, podem sofrer impactos na saúde mental e no bem-estar.
Por Vitória Freire.