Um estudo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) investiga mutações do tambaqui, peixe natural da região, de acordo com o clima onde sobrevivem.
A tese de Mapeamento de Mutações Genéticas foi desenvolvida pelo professor José Ribamar da Silva Nunes, e venceu o Prêmio Capes de 2018, como melhor pesquisa na área de Ciência, Zootecnia e Recurso Pesqueiro.
O levantamento é uma pesquisa aplicada a espécies que não possuem genoma definido.
O objetivo do estudo é entender as mutações associadas as adaptações climáticas, como a de um peixe da região norte que se adaptaria na região sul ou sudeste, como explica o professor José Ribamar:
“Estudamos com dois viés: primeiro entender as mudanças que tem relação com as adaptações climáticas. Então, temos um peixe que é oriundo da região norte, mas que é criado em outras regiões do país. Se você for comparar a temperatura anual média do norte do país com as temperaturas do sudeste, existe pelo menos uma diferença de 11 graus. Como esse peixe está se adaptando?”, afirmou o pesquisador.
Através dos resultados obtidos na pesquisa, foi possível detectar mais de oitenta mil mutações no tambaqui que foram associadas a adaptação desse peixe à temperatura e as mudanças nos peixes que nascem sem espinhas.
“Começamos a estudar alguns animais que nunca produziam essas espinhas para ver que tipo de mutações causaram esse tipo de espinha”
A pesquisa pode ser utilizada como um programa de melhoramento genético criando uma linhagem de peixes sem espinha, mas também para estudar a estrutura óssea e as ciências médicas.
O projeto contou, ainda, com o apoio de universidades internacionais, no Estados Unidos, onde foi feito o mapeamento, e na China, que despertou interesse em saber como os peixes estavam nascendo sem espinha.
O Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) também faz parte do estudo.
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