Reportagem: Eros de Sousa
Segundo dados da ONU, a indústria têxtil é responsável hoje pela emissão de 8% dos gases tóxicos que ajudam nas mudanças climáticas da terra.
Só no Brasil, são produzidos em média, 9 bilhões de peças por ano, de acordo com o relatório Fios da Moda, relatório que faz uma balanço do impacto da moda no Brasil. Esse número excede em muito o número total da população brasileira, o que daria cerca de 42 peças por habitante.
Os levantamentos mostram a necessidade de novos modos de produzir e consumir moda de maneira mais sustentável.
É aí que o movimento “slow fashion” na tradução literal, moda lenta, surge. A iniciativa em Manaus visa uma produção mais sustentável e diversificada sobre moda. Além de uma valorização maior da produção regional.
A estilista Lylle Abreu, coordenadora do grupo Slow fashion Manaus, que reúne empreendedores locais ao redor do movimento, falou sobre essa nova forma de produzir moda. (Ouça)
O movimento slow fashion vai de embate ao fast fashion, que são roupas de fabricação em massas, com mão de obras barata e materiais de baixa qualidade, sem levar em conta os aspectos sociais da produção das roupas.
O slow fashion, por sua vez, está focado em uma produção com menos desperdícios, mais individualizada.
A empresária Isa Lucena é formada em design de moda e dona de uma loja especializada na produção de roupas de modo mais sustentável. Isa relata que o movimento sempre fez parte da sua vida, mas que demorou a perceber. (Ouça)
Segundo levantamento lançado ano passado pela Global Fashion Agend, organização sem fins lucrativos que analisa o impacto da produção têxtil no planeta, a indústria da moda só é menos poluente do que a indústria petrolífera.
A projeção do levantamento é que mais de 140 milhões de toneladas de lixo têxtil serão descartados nos próximos oito anos.